sexta-feira, 1 de junho de 2007

A diferença entre diversidade e desigualdade

Biodiversidade é tema dos encontros de formação com educadores e agentes no mês de maio. Também começa a ser discutido o Consumo Responsável.


Quando se fala sobre biodiversidade, espera-se automaticamente por dados como o número de espécies de insetos vivem em São Paulo, as espécies de árvores que o Parque da Previdência, na região centro-oeste, abriga, ou quantos peixes poderiam viver no rio Tietê se ele fosse completamente despoluído. Correto?

Não para Marco Akerman, professor da Faculdade de Medicina do ABC e especialista responsável pelas aulas do módulo “biodiversidade” do PAVS, que aconteceram entre 7 e 14 de maio. “Preferi trabalhar a questão social”, diz o professor. O foco das atividades foi a biodiversidade humana, tema ligado à promoção de saúde. “Eu gostei da abordagem. Ele tentou fazer com que as pessoas falassem sobre as áreas onde estão trabalhando”, comenta o educador Sandro Nicodemo.

Marco conta que trabalhou com três conceitos: biodiversidade, biodiferença e biodesigualdade humana. A biodiversidade seria a variedade de opções sexuais, as diferentes línguas faladas e os costumes culinários de várias regiões do Brasil. A biodiferença estaria presente entre homens e mulheres, e entre fãs de diferentes gêneros musicais, por exemplo. E a biodesigualdade é aquela que surge de situações sociais injustas. “Parti do príncipio de que a biodiversidade é algo que se percebe, a biodiferença é algo que se estimula e a biodesigualdade é algo com que se indigna”, diz Marco.

E o que a comunidade pode fazer para proteger e criar a biodiversidade, seja ela humana, animal ou vegetal? “Existe a contribuição individual, que é o que cada um faz no seu cotidiano. E há também o papel da cidadania, que é lutar pela formulação de políticas públicas mais adequadas à realidade local”.

Segundo o especialista, o ser humano pode destruir, proteger ou criar a biodiversidade. “No caso da proteção, 21% do território paulistano é coberto de vegetação, que pode ser fonte de renda através do ecoturismo, por exemplo”, exemplifica Marco.


Começa debate sobre consumo responsável

Os educadores estão desde 18 de maio tendo aulas com o especialista Luciano Legaspe na UMAPAZ. O geógrafo é diretor da Escola de Reciclagem, em Cotia, onde dá aulas sobre reciclagem de material orgânico. Nos momentos de concentração do PAVS, está trabalhando a questão do pós-consumo a partir de algumas linhas, como a pegada ecológica e a questão do consumo no Brasil e nos Estados Unidos.

Sobre o projeto, diz que encontrou nos educadores muita dificuldade deles em passar o conteúdo para seus agentes. “A vivência do agente comunitário é toda prática, diferente de nós, que viemos da academia”, explica ele. Para ajudar a resolver esse problema, ele pretende dar uma aula-laboratório nas próximas semanas, mostrando aos educadores exemplos de como dar sobrevida a produtos consumidos. Uma das possibilidades é transformar restos de comida em ração animal e adubo para hortas

Compras verdes: discutindo o papel do poder público

No próximo dia 11, seminário reúne especialistas para discutir padrões sustentáveis de produção e consumo nas esferas públicas


A promoção de iniciativas sustentáveis no campo da licitação pública tem sido vista como um importante instrumento para a mudança de padrões inaceitáveis de produção e consumo. Sendo o poder público um dos maiores consumidores de produtos e serviços do país, há hoje um entendimento quase consensual sobre a importância de que padrões sustentáveis de consumo e produção estejam refletidos nas políticas públicas nacionais. Tal postura permite que se reduzam os impactos negativos dos gastos públicos e se ampliem os efeitos benéficos – uma maneira responsável de responder aos desafios ambientais da atualidade.

Esse é o foco do seminário "Seminário sobre Compras Verdes: Uso do Poder de Compra do Município de São Paulo em Prol do Desenvolvimento Sustentável", a realizar-se no dia 11 de junho de 2007, no Auditório da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.

Trata-se de uma iniciativa conjunta entre a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do Município de São Paulo (SVMA), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA-Brasil), o ICLEI-Governos Locais pela Sustentabilidade e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (GVces) no âmbito do Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis.

Além de discutir experiências e conceitos relativos ao tema de compras públicas sustentáveis, seu objetivo é capacitar os servidores municipais no tema em prol da melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento sustentável.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site: www.ces.fgvsp.br/index.cfm

Mais informações: daniela.sanches@fgvsp.br - Tel. (11) 3281 3342.

Texto produzido pelo ICLEI

POR DENTRO DO PAVS

Agentes participantes doPAVS foram ao Jardim Macedônia ajudar os colegas do Ação Família
(Foto: Subprefeitura de Campo Limpo)


Eco Ação Ambiental 2007 – No dia 18 de maio, 300 agentes comunitários de saúde e educadores do PAVS participaram do evento no Jardim Macedônia, zona sul de São Paulo. O Eco Ação Ambiental foi organizado pelo CRAF – Associação Evangélica Beneficente, em parceria com subprefeitura do Campo Limpo. Oficinas de segurança alimentar, educação ambiental, fabricação de sabão caseiro, artesanato com materiais recicláveis, orientação para prevenção de DST/AIDS e exames de pressão arterial e diabete foram algumas das atividades realizadas.

Reciclando com Arte – Acontece dia 21 de junho o I Reciclando com Arte, em Sapopemba. A feira será dedicada às artes e artesanato feitos com materiais recicláveis. Organizado pelas agentes comunitárias de saúde da UBS Jardim Sapopemba, o evento terá a participação de pessoas da comunidade local que irão expor seus trabalhos e ministrar seminários e oficinas. O espaço reservado é o CAPS local. O educador Sandro Nicodemo, que dá aulas à turma de agentes idealizadores da feira, conta que alguns moradores do bairro que haviam deixado de trabalhar com esse tipo de artesanato voltaram a fazê-lo especialmente para a data.

Dança e música ajudaram a dar o tom nas reflexões dos ACS

I Encontro Ecológico em Perus – Idealizado pelos agentes, o I Encontro Ecológico dos Agentes Comunitários de Saúde de Perus/Anhangüera ocupou o auditório CEU Perus no dia 3 de maio. O evento contou com exibição de filmes, números musicais e teatrais, além de falas de convidados. A programação privilegiou a reflexão acerca da profissão de ACS e da temática sócio-ambiental. Segundo a educadora Priscila Ohira, também a articulação com a direção do CEU e com a subprefeitura de Perus foi feita inteira pelos próprios agentes.