quinta-feira, 21 de junho de 2007

As estrelas e astros da festa

Nas regiões norte, sul e leste, a alma dos Seminários Integradores foram os agentes

Sincronia entre agentes comunitários de diferentes unidades foi ponto alto em todas as regiões
(Foto: UNASP)

Os 920 agentes comunitários de saúde e seus respectivos educadores do PAVS estavam ansiosos naquela manhã de quarta-feira 6. A partir das 9h da manhã, começava o I Seminário Integrador da Zona Norte, em Santana. O objetivo do evento era dar a oportunidade aos agentes de apresentarem a outros participantes do PAVS e das supervisões e coordenadorias regionais de saúde o que vêm aprendendo com a capacitação e como têm aplicado os novos conhecimentos. Ao mesmo tempo, aconteciam outros Seminários Integradores em Itaquera (zona leste), Parelheiros, Capão Redondo e Campo Limpo (zona sul). Na terça-feira 5, fora a vez de outras turmas em Itaquera, Capão Redondo e Santo Amaro.

“Os agentes mostraram o quanto estão sensibilizados na questão do meio ambiente e saúde e como eles são capazes de lidar com qualquer tema”, sentencia, de cara, Rosicler Di Lorenzo, da Associação Saúde da Família.

Os agentes foram os grandes protagonistas do encontro da zona norte: cantaram, dançaram, interpretaram e fizeram as vezes de mestres-de-cerimônias. Receberam homenagens da mesa e de palestrantes. “Essa animação é o que está faltando na prefeitura em geral”, elogiou o secretário das Subprefeituras Andrea Matarazzo, que teve que disputar com a ruidosa platéia o espaço para falar.

O educador Leandro Belini lembra que a recepção barulhenta da platéia se intensificou em pelo menos dois momentos importantes. Um foi o Baião das Agentes Comunitárias de Perus, que traduziu em música o cotidiano destes profissionais. O outro foi a participação da agente comunitária de saúde Noemi de Oliveira Almeida, da UBS Morro Doce, em Perus, na mesa da plenária – ao lado de representantes das secretarias municipais de Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Verde e Meio Ambiente, coordenação regional de saúde e do próprio Andrea Matarazzo. “Foi um momento muito forte para os agentes”, conta Leandro.

O evento contou ainda com a participação do secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge. Posteriormente, em um encontro com os educadores do PAVS na Umapaz, o secretário disse que, nas duas regiões onde esteve, viu que “a gente já conseguiu chegar bastante longe. Os agentes corresponderam à nossa mensagem. Ganhamos os corações deles”. “Os agentes deixaram bem claro que querem que o projeto continue, que haja uma continuidade para as ações que eles estão desenvolvendo”, completa Maria Edith Sant’Anna, da Unifesp.


O lado leste

Eduardo Jorge também esteve na Zona Leste, onde os eventos, divididos por subprefeituras, receberam avaliações positivas também de Maria Sebastiana Bizetto, da Santa Marcelina: “Conseguimos atingir nosso objetivo de trazer diferentes atores para o mesmo espaço, permitindo a eles se conhecer e apresentar seus trabalhos”, diz ela. “Foi um espaço valioso de início de conversa, que poderá ser ampliado no encontro do dia 28 (ver agenda)”.

Para o gestor regional da zona leste no PAVS, Hugo Calixto, os principais momentos dos seminários foram as apresentações dos agentes. “Foi onde eles mostraram a que vieram. Nelas, foi possível perceber como a capacitação transformou os olhares”, explica. “Mesmo com a falta de recursos, eles criaram apresentações muito legais”, completa a educadora Claudete Sposito, responsável por turmas do Itaim Paulista.

Claudete destaca a criatividade dos agentes comunitários e as paródias apresentadas por grupos de todos os territórios, mas também levanta algumas críticas. “Não gostei das falas dos representantes do poder público. O subprefeito do Itaim, por exemplo, parecia que não estava interado no assunto, que não sabia direito nem o que é o PAVS”, diz ela. Sebastiana discorda. “O subprefeito do Itaim Paulista apresentou uma proposta a longo prazo, convocando os atores do PSF a participarem”, conta a representante da Santa Marcelina.

Sebastiana e Hugo concordam em um ponto importante: os melhores seminários corresponderam às subprefeituras onde houve maior articulação. Ermelino Matarazzo, São Mateus, Cidade Tiradentes, Itaim Paulista e São Miguel, segundo o gestor.


Ao sul da cidade

A zona sul foi a única região de São Paulo que não teve seus seminários centralizados em um único local. No dia 5, Santo Amaro e Cidade Ademar se reuniram no auditório da Universidade Ibirapuera, enquanto parte do M’ Boi Mirim esteve no auditório da UNASP. No dia seguinte, Parelheiros e Capela do Socorro realizaram seu encontro no Solo Sagrado de Guarapiranga, enquanto o Campo Limpo se dividiu por parceiros entre UNASP e CEU Campo Limpo.

A gestora da zona sul, Jessy Belfort, conseguiu passar em todos os auditórios. “Como foram vários eventos, o formato variou bastante entre eles”, conta. Alguns seminários duraram o dia inteiro, outros apenas o período da manhã, e os atores convidados também foram um pouco diferentes em cada região. Segundo Rachel Gonçalves Miguel, da UNASP, o evento do Campo Limpo no local teve participação do reitor da universidade, Prof. Euler Bahia, e a visita curiosa de uma conselheira comunitária do município de Jandira, Grande São Paulo.

“Achei que faltou uma integração maior entre todos os participantes da zona sul”, diz a educadora Cibele Silva, do Albert Einstein, reclamando da fragmentação dos parceiros na região. “Mas acredito que a integração vem aos poucos. Conseguimos integrar agentes e gerentes das UBSs agora; quem sabe no futuro não integramos toda a zona sul?”, completa, sonhadora.

Jessy pondera que esse “foi o momento que a gente conseguiu medir um pouco a articulação dos parceiros localmente, mas também foi o momento dos agentes comunitários”. E Cibele conclui: “os agentes têm uma preocupação com o meio ambiente e com suas comunidades, e passaram isso de uma maneira muito emocionante”.

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