sexta-feira, 1 de junho de 2007

Promovendo o social

Em toda cidade, cerca de 150 agentes de proteção social estão participando do PAVS. Conheça um pouco mais sobre sua atuação


Rosana Araújo e Fabiana Vaz, do CRAF Santos Mártires, no Jardim Ângela: preocupação em transmitir os conteúdos do PAVS para a comunidade

“No nosso trabalho, temos que criar vínculos com as pessoas, para elas se sentirem à vontade para contar seus problemas”, explica Rosana Araújo, 20 anos, agente de proteção social há um ano e dois meses. Moradora do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, esse é seu primeiro emprego. “Ás vezes, as pessoas só querem que você as escute. Você senta no sofá e elas descarregam”, conta.

Às quintas-feiras, Rosana vai até o distrito vizinho de Capão Redondo. Junto com ela, vai a colega Fabiana Vaz, 24 anos, também agente de proteção social. Diferente da amiga, Fabiana já trabalhou antes, como babá e diarista. Mas este é seu primeiro emprego fixo.
O percurso até o Capão Redondo acaba no portão da UNASP, parceira do PAVS, onde Rosana e Fabiana assistem às aulas de capacitação do PAVS com as turmas do M’ Boi Mirim.

Elas estão ligadas ao Programa Ação Família, realizado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, que é um dos realizadores do PAVS. Ao todo, cerca de 150 agentes participam do projeto, que somados aos agentes comunitários da saúde, do Programa Saúde da Família, compõem um batalhão de 6.000 potenciais multiplicadores sendo formados para trabalhar a questão do meio ambiente ligada à saúde e ao desenvolvimento social em suas regiões.

O trabalho dos agentes de proteção social tem várias semelhanças com o dos agentes comunitários de saúde: trabalham dentro da comunidade onde vivem, fazem visitas domiciliares, acompanham os problemas e desenvolvimento das famílias. Mas, em vez fazer parte de equipes das Unidades Básicas de Saúde, compõem o quadro de pessoal dos Centros de Referência do Ação Família (CRAFs). São a ponta de um programa que pretende melhorar as condições de vida das famílias com alta vulnerabilidade através de ações sócio-educativas, atividades recreacionais e acompanhamento psicológico.

A rotina de Rosana e Fabiana, elas contam, é circular pelos bairros vizinhos, visitando em casa as famílias inscritas no programa. Aplicam questionários, indicam pessoas para procurar benefícios, preparam relatórios sobre a situação local. Além disso, elas participam de encontros de integração da comunidade no CRAF Santos Mártires, do qual fazem parte. “As reuniões são feitas com as famílias que estão na lista da prefeitura, mas são abertas para quem quiser participar”, explica Rosana.

As tarefas não acabam nas visitas e encontros. Elas também realizam diversas oficinas com os moradores. Alguns exemplos são as de artesanato, de educação alimentar, de massas para salgados. São novos conhecimentos que podem ajudar na qualidade de vida de famílias em condições de alta vulnerabilidade social.

Proporcionar lazer também é importante. Fabiana, que é agente há um ano e meio, conta que em dezembro passado seu grupo levou as famílias para um passeio na Bienal, no Parque do Ibirapuera. “Muita gente mora aqui há 30 anos e nunca passou de Santo Amaro”, diz. Foi o caso de uma senhora que não queria participar da atividade. “Acabou indo por insistência nossa e adorou”.

O PAVS entra para fortalecer ainda mais esse trabalho comunitário. “As agentes sempre trazem informações novas, que aprendem no curso, para as agentes que não estão participando do projeto e para as famílias”, diz Eliane Amara dos Santos, gerente do CRAF Santos Mártires. “Aprender sobre, por exemplo, lixo, reciclagem e zoonoses é importante. Os ratos são um problema muito presente nos bairros onde trabalhamos, e no nosso dia-a-dia, encontramos muita gente que vive de reciclagem. Então podemos ensinar às famílias como lavar e separar o lixo”, explica Fabiana.

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