sexta-feira, 28 de março de 2008

Agentes montam cozinha experimental e organizam atividades para a Terceira Idade



Reaproveitar alimentos, reduzir a quantidade de lixo e tornar a vida da comunidade mais saudável são os objetivos da cozinha experimental dos agentes de saúde da UBS do Jardim São Francisco, na Zona Leste da cidade.

A idéia de reutilizar tudo que seria descartado é resultado da capacitação do PAVS. Após orientação da gestora local, Nailer Rodrigues, 18 agentes da região fizeram um curso no Sesi sobre como aproveitar melhor os ingredientes que muitas vezes são rejeitados. Pensando em dividir o conhecimento, eles decidiram montar uma cozinha experimental para os moradores do bairro.

A iniciativa empolga não apenas os envolvidos na organização do projeto, que ocupa um espaço dentro da Igreja Batista local, mas também todos que acompanham as reuniões mensais As receitas são tiradas do livro do Sesi e o material é adquirido pelos próprios agentes. A cada aula são convidadas para assistir a apresentação cerca de 72 pessoas da comunidade, que aprendem a elaborar bolos, tortas, sucos, entre outras receitas.

“É muito legal, as pessoas vêm aqui e depois, quando vamos até as casas, elas pedem que façamos cópias de outras receitas, diz a agente comunitária Ana Maria Francisco Souza”.

Outra que também se orgulha do trabalho é a agente de saúde Cleonice Oliveira S.Bessa. “Nós montamos o grupo para passar aos outros o que aprendemos. Não adianta eu saber e guardar só para mim”, finaliza.


Espaço para idosos


Ainda em decorrência dos conhecimentos adquiridos no PAVS, os agentes detectaram um grande número de idosos na região do Jardim São Francisco.

Como o bairro não oferecia opções de lazer, cultura e entretenimento para essa população, eles decidiram montar um espaço dedicado à Terceira Idade. Atualmente, cerca de 33 idosos participam de jogos, aulas de dança, além de palestras educativas sobre como viver melhor.

Os agentes articularam desde a escolha do local até a formação do grupo, passando pela reforma da sede. As atividades, quando exigem investimento, são custeadas pela venda de produtos nos bazares. Outra fonte de renda são os bingos realizados na sede.

Agentes da UBS Jardim São Francisco

Nossa São Paulo e PAVS melhorando o desenvolvimento humano

Compartilhar idéias e juntar forças são iniciativas que potencializam um projeto social. Foi exatamente isso que aconteceu, segunda-feira, dia 24, durante a Mesa de Diálogo que compõe o programa de formação do Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) para 2008.

O Nossa São Paulo participou do encontro com os gestores locais do projeto, com o objetivo de contar quais são suas áreas de atuação e de que modo os estudos realizados pelo movimento podem contribuir para as ações de intervenção locais do PAVS.

Ponte para chegar até a comunidade

Oded Grajew, idealizador do Nossa São Paulo, considerou essencial a contribuição do PAVS para que a cidade atinja melhores índices de desenvolvimento: “Queremos disseminar as informações junto às comunidades, recolher propostas e soluções. O PAVS faz uma ponte entre o movimento e a população, pois trabalha diretamente com os agentes”.

Para César Pegoraro, do GT de Meio Ambiente, e integrante do Instituto Sócio Ambiental (ISA), “é importante deixar de olhar o poder público como controlador e passar a ver as instituições governamentais como parceiras”. No caso do PAVS, disse Pegoraro, é necessário mobilizar os agentes e pensar em soluções para mudar o cenário local.

domingo, 23 de março de 2008

A forma como agimos anuncia o mundo que queremos

Na segunda-feira, dia 17, as equipes do PAVS se depararam com desafios e problemas, temas expostos pelo grupo da Planejação. Problema não é só “falta” e desafio é a visão de onde se quer chegar.

Os sentidos das palavras ganharam novas significações. Com base em uma árvore situacional que os gestores construíram no encontro anterior, foi possível revisar cada passo, observar formulações feitas.

Da Cidade Tiradentes, por exemplo, veio a questão do alto índice de desemprego entre as mulheres. É um meio de entender meio ambiente como uma questão ampla e, nesse caso, cabe outra reflexão em relação ao momento da elaboração de projetos: que valores e elementos da cidadania embutimos no nosso trabalho para ajudar na resolução de questões sociais, até aonde conseguiremos chegar?

“É a forma como eu quero atuar no mundo, na sociedade, que determina se incluo ou não conceitos como esses”, diz o consultor Sérgio. “Ainda que chegássemos numa região em que todos estão empregados , mas que ignoram seus direitos , poderíamos, ainda, incluir conceitos de cidadania permeando a ação a ser proposta”, complementa

Os grupos se alternaram na apresentação de idéias, dúvidas e questionamentos sobre o que se pretende fazer nesta fase do PAVS. E todos saíram com pensamentos novos, soluções a serem aplicadas de acordo com cada realidade e possibilidades.

Plantio de árvores faz a diferença na Vila Nova Galvão

Deixar o bairro mais bonito e melhorar as condições do ar na região: para atingir esses objetivos, moradores e agentes comunitários se uniram em um mutirão de plantio de árvores pelas ruas Vila Nova Galvão, na zona Norte da cidade.

Pensando em como aplicar o que havia sido aprendido na formação do PAVS, 14 agentes decidiram tornar mais verdes os arredores da UBS. Inicialmente, fizeram uma horta dentro da própria unidade de saúde. Na seqüência, em conjunto com a Associação de Moradores do Bairro e com o Centro de Integração da Comunidade, começaram o plantio das espécies.

As mudas foram oferecidas pela prefeitura, por meio de uma ONG, que também é responsável pela poda e demais cuidados. O resultado foi tão positivo que a comunidade resolveu colaborar e aderiu ao projeto, o que fez com que os agentes perdessem a conta do total plantado.

“Nós começamos com 50 mudinhas, de sete tipos diferentes de árvores, mas agora não sei a quantidade exata. Os vizinhos deram continuidade ao nosso trabalho”, explica o agente comunitário César Augusto de Campos.

O resultado, segundo César, é gratificante: “Algumas pessoas reclamam que nós ocupamos o lugar delas andarem nas calçadas, mas a maioria aprova. As árvores vieram para melhorar a qualidade do ar que respiramos aqui na região”.

Agente Comunitário faz projeto para restaurar praça no Brás

Pensando em deixar a entrada de um albergue do Brás mais agradável, o agente comunitário Carlos Alberto Pinheiro teve a idéia de reformar uma praça que fica no local.

O projeto inicial é plantar chás e ervas aromáticas, além de flores. No entanto, para colocá-lo em prática, ainda falta a captação de recursos financeiros. Estão envolvidos na ação cinco agentes comunitários, sob a supervisão das gestoras locais, Rosemeyre Cardoso Leite e Nailer Rodrigues.

Segundo Rosemeyre, é importante unificar as forças para que a iniciativa dê certo. “É preciso juntar os agentes de rua e de saúde para fazer tudo funcionar”, afirma.

Uma outra preocupação, além da verba, é a qualidade do solo. Consta do projeto uma análise para saber se a terra é própria para cultivo de espécies para consumo humano.

“Quero que as pessoas possam sentir um aroma gostoso ao chegar aqui em frente. Mas se não for possível, tudo bem. Vamos colocar flores bonitas e não qualquer mato”, diz Carlos Alberto.


Sobre o lugar

A praça, que hoje está abandonada, é a primeira visão que as pessoas têm ao chegar no final da Rua Monsenhor Andrade, 746, no Brás, onde está a Casa Restaura – pertencente à instituição Católica Associação Aliança de Misericórdia.

A casa atende diariamente de 100 a 120 pessoas que vão até lá em busca de acolhida e encontram comida, banho, psicólogo, médicos, dentista, entre outros serviços. A casa não recebe verbas do governo e todos os serviços são gratuitos, sendo cobrada apenas uma “moeda social”, que são latas de alumínio.