terça-feira, 27 de março de 2007

EntreAspas – Eduardo Jorge

O secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, fala dos propósitos e desafios do PAVS.

“Na Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, assumimos duas grandes linhas de atuação: o apoio à descentralização administrativa (vital numa cidade do tamanho de São Paulo) e o trabalho intersetorial. Para mim, as três políticas públicas intersetoriais mais importantes e abrangentes hoje no mundo inteiro são: superar a desigualdade extrema entre a riqueza e a pobreza; superar a cultura da violência e gerar uma nova cultura, que é a cultura de paz; enfrentar a crise ambiental causada pelo modelo de produzir, de vender e consumir da humanidade nos últimos séculos.”

“Do ponto de vista da descentralização, procuramos trabalhar com as outras secretarias e principalmente com as Subprefeituras. Do ponto de vista do trabalho intersetorial, é importante levar a pauta do meio ambiente para outros protagonistas e fazê-los ver que eles é que devem assumir as bandeiras. Nós, como Secretaria, fornecemos dados, sugestões, mas os sujeitos principais são eles próprios: o Secretário de Transportes, o Secretário de Obras, o Secretário da Saúde, o Secretário de Educação e assim por diante.”

“Quando assumi a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, recebi a visita de antigos parceiros no Programa Saúde da Família (PSF), que logo me falaram que em vários locais de São Paulo os agentes comunitários de saúde procuravam desenvolver ações na área do meio ambiente, porque no dia-a-dia eles viam que isso tinha muito a ver com a moradia, com a forma de atuar na área da saúde. Então, decidimos viabilizar os recursos, aproveitar as sugestões que vinham dos próprios agentes e possibilitar o encontro do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde, do PNUMA, dos parceiros do PSF e facilitar para que pudéssemos organizar conjuntamente este projeto.”

“Nós não estamos inventando trabalho novo para os agentes comunitários, que já têm uma carga de trabalho tremenda. A pretensão deste projeto é permitir um diálogo do que os técnicos, os especialistas do meio ambiente acumularam nos últimos 20, 30 anos, com as inspirações, as descobertas do agente comunitário. Ele não vai ter tarefas novas. Se, na casa dele, com os amigos dele, com os vizinhos dele, com o médico, com a enfermeira, ele incorporar esses conceitos de acordo com a retaguarda de vida que ele tem, já é muito bom. Isto porque o agente de saúde é um dos trabalhadores do serviço público de maior prestígio na sociedade.”

“Temos, então, duas pretensões com o projeto. Primeira: que o agente comunitário possa ter contato com essa pauta tão importante, que todas as pessoas estão procurando estudar. Segunda: se houver um pouco mais de recurso e de vontade, esse projeto poderá ter uma seqüência com projetos localizados, organizados pelos próprios agentes, nos quais a questão da promoção da saúde e a promoção do equilíbrio ambiental possam se encontrar e ter seqüência. São as duas heranças que a gente quer deixar com esse investimento.”

(Trecho editado de entrevistada gravada pela equipe de Avaliação e Monitoramento do projeto, em março de 2007.)

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