quinta-feira, 3 de maio de 2007

Da água à biodiversidade: muito para discutir e fazer

Água, Energia, Controle de Zoonoses e Biodiversidade são os temas dos encontros de formação em abril e maio.

Após a inquietante discussão sobre o lixo na cidade, o programa de formação do Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis dedicou-se à temática da Água e Energia. Presente na vida de todos os paulistanos, a discussão foi conduzida junto aos 74 educadores do projeto pelo especialista Renato Pagnin. Os encontros aconteceram de 16 de março a 13 de abril, na sede da UMAPAZ, no Parque do Ibirapuera.

Além de abordar as características da água e sua situação no mundo, no Brasil, no estado de São Paulo e na região metropolitana, Pagnin trouxe o debate sobre os cenários futuros de disponibilidade e de escassez, a desigualdade no acesso à água e o impacto da expansão urbana sobre áreas de mananciais. Já nas aulas sobre energia, a discussão focou a geração de diversas formas de energia, o impacto ambiental de cada uma delas e a composição da matriz energética brasileira.


Jogo de tabuleiro

Seja sobre a energia ou a água, os educadores foram convidados a refletir sobre as realidades locais das áreas onde estão trabalhando e pensar possíveis alternativas de uso responsável desses recursos. Cada um planejou então várias maneiras de trabalhar a temática com sua turma de agentes. Em toda cidade, mais de 5.500 agentes comunitários de saúde e proteção social participam do projeto, divididos em turmas de 20 a 30 pessoas.

Na Vila Brasilândia, por exemplo, os educadores Elízea Parmigiani e Edson Manoel dos Santos usaram a criatividade para movimentar os encontros. Usaram um jogo de tabuleiro, que seguia o formato do “Jogo da Vida”, mas continha perguntas sobre meio ambiente e saúde, criadas pelos próprios agentes. O tema do lixo foi incluído na atividade. “Quando eles tinham dúvidas, eles se informavam com os próprios colegas”, conta Edson.

Elízea e Edson passaram para suas turmas os filmes “Narradores de Javé” e “Tucuruí: um estudo de caso”. Também fomentaram reflexões sobre o impacto ambiental da de rios – matriz energética brasileira - com a canção “Sobradinho”, de Sá e Guarabyra, que conta sobre a construção da represa de Sobradinho, no Rio São Francisco.


Para além dos raticidas

Depois da Água e Energia, entrou em cena o módulo “Convivência Saudável com Animais e Zoonoses”, na segunda quinzena de abril. Os temas foram divididos entre os especialistas Paula Christina Gonzáles Praxedes e Francisco Luiz Rodrigues, que apresentaram o conceito de zoonoses (doenças contraídas por humanos devido ao contato com outros animais vertebrados), as principais incidências na cidade e como evitá-las.

Mais uma vez, os educadores enfrentaram o desafio de levar as discussões para o dia-a-dia dos agentes e das famílias por eles atendidas. Para o educador Valdir Pereira Nunes, discutir o tema ajudou os agentes, por exemplo, a desmistificar a idéia de que os raticidas são o melhor método para combater os roedores. São pequenas mudanças que no dia-a-dia começam a fazer a diferença.

Agora em maio, o assunto em foco é a Biodiversidade. Como ponto de partida, algumas questões: O que significa discutir biodiversidade na cidade de São Paulo? Ainda é possível fazê-la? Para quê? A biodiversidade só existe para quem utiliza as áreas verdes da capital? É a primeira vez que muitos podem refletir coletivamente sobre o tema e perceber problemas e soluções possíveis para a cidade.

Para saber mais:
Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (http://www.comiteat.sp.gov.br/)
Agência da Bacia do Alto Tietê (http://www.agenciaaltotiete.org.br/)
Agência Nacional das Águas (http://www.ana.gov.br/)

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